Cristina Coelho

   

Mag1

 Quem sou eu?

Sou a Cristina Coelho, filha de uns pais que adoro e mãe galinha e orgulhosa de três filhos “únicos” que amo incondicionalmente. Gosto de animais e tenho uma cadela Maltês mimada e linda chamada “Milka”. Adoro artes, em particular as artes plásticas, que é a minha área de formação. Adoro ensinar, estar no meio dos alunos e vê-los ganhar asas. Gosto de pintar, desenhar, cozinhar, planear. Amo o sol, o mar, a praia, a chuva e a brisa. Gosto de sentir a relva nos pés e “contar” as estrelas, que por vezes são as minhas confidentes.... Adoro nadar, dançar e rir entre amigos. Não gosto de pretensão ou egocentrismos, de extremismos ou violência de qualquer género, nem da falta de educação e de princípios.

O “meu” Cancro 

Na verdade este cancro não é meu... habita no meu corpo e é vivido por mim e por quem me ama, mas não é “meu”.

Tinha 45 anos quando me foi diagnosticado um Adenocarcinoma Pulmonar IIIB, inoperável e com um prognóstico muito reservado. Dei entrada no IPO do Porto em setembro de 2012, fiz 35 sessões de radioterapia e 7+2 doses plenas de quimioterapia. O tratamento foi muito difícil, perdi muito peso e massa muscular, mas ao fim de nove meses esse “cancrinho” foi considerado superado e regressei ao ativo. 

E assim esteve silencioso até outubro de 2020, quando com 55 anos e num exame de rotina me foi detetado um nódulo solitário e suspeito no pulmão direito, que se revelou ser um novo Adenocarcinoma pulmonar, estadio IB. Fiz uma Lobectomia pulmonar direita e após análise aos tecidos retirados concluíram não ser necessário fazer qualquer tratamento pois as margens estavam limpas. No entanto, pouco tempo depois são detetados micro-nódulos no coto do pulmão operado e estou atualmente a fazer quimioterapia e imunoterapia de três em três semanas, sem data prevista de terminar... 

Nunca senti revolta nem me questionei “porquê eu”. Aceitei com a serenidade possível esta doença, com os receios e os medos próprios de quem ama a vida e por cá quer andar. Passei muitas noites sem dormir, mas tentei manter a “casa arrumada” e mantenho a Fé em Deus, nos médicos e nos tratamentos propostos. Tento não permitir que o cancro viva a vida que é minha e da minha família. Sou feliz e acredito que um sorriso ajuda muito. O cancro detesta a felicidade, os abraços e os sorrisos… 

Ser voluntária na Associação Careca Power é... 

É um orgulho enorme pertencer a esta “família” linda e cujo coração e alma são enormes. Aqui, com as nossas diferenças, todas somos importantes e necessárias. 
Ser voluntária na Associação Careca Power é fazer dos limões uma excelente limonada, encontrando uma forma de ser feliz ao ser útil na entrega ao outro, tentando aliviar um pouquinho do peso que a doença oncológica acarreta.

O lema da minha Vida 

“Nunca te distraias da vida... nasceste para ser feliz”. É uma citação de Manuel Forjaz, que faleceu com cancro de pulmão e acredito ter sido feliz.