Luísa Moniz

   

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 Quem sou eu?

Sou a Luísa Moniz, uma madeirense com muito orgulho na sua bela ilha, contabilista de profissão, divorciada e mãe de um belo rapaz já adulto.

O “meu” Cancro 

Em Janeiro de 2016, tinha eu 40 anos, quando ao tomar banho notei um alto na mama direita, de tamanho já considerável e do qual nunca tinha me apercebido. Fui imediatamente ao médico de família que, ao ver os resultados da ecografia mamária, me manda fazer uma biopsia com urgência. Até esse momento nunca tinha pensado que pudesse ter cancro, não havia casos de cancro na minha família e achava que não poderia ser eu a primeira “contemplada”. Fiz novos exames, a biopsia e fiquei à espera do resultado final, sempre convencida de que seria benigno, apesar dos exames apontarem para 95% de probabilidades de ser maligno. Agarrei-me aos 5%. Fui à consulta de decisão terapêutica sempre confiante. Entrei na sala e deparei-me com um cenário que jamais esquecerei, a sala cheia de médicos e um deles segurou-me na mão e disse-me “tens cancro”.

Só aí me “caiu a ficha”, foi como se me tivessem puxado o tapete debaixo dos pés e eu tivesse caído redonda no chão. Não conseguia dizer uma única palavra, chorava compulsivamente e na minha mente só pensava “o que vai ser do meu filho sem mãe?”. Uma psicóloga que também estava na sala levou-me dali, abraçou-me e disse-me “não estás sozinha, eu estou aqui”. Nunca irei esquecer aquele abraço que naquele momento foi tão importante para mim. Chorei muito, como nunca tinha chorado na minha vida, a pensar em como iria dar a noticia ao meu filho, na altura com 14 anos. Quando cheguei a casa decidi ser franca com ele, contei-lhe o que tinha mas que iria ficar bem, que não ia morrer.

A partir desse dia concentrei-me numa única coisa, que nesta batalha quem iria sair vencedora era eu e não o cancro. Comecei a ler sobre cancro da mama, alimentação adequada e outras terapias que pudessem ajudar. Comecei a praticar meditação, o que me ajudou imenso a manter o pensamento positivo e a estar focada na minha cura. Nunca deixei de trabalhar, ia sozinha às consultas e tratamentos e tentei levar uma vida minimamente normal por causa do meu filho. Foi fácil? Não, não foi nada fácil, principalmente quando saía dos tratamentos porque me sentia fraca e debilitada, mas lutei e tentei ser forte. Fui, e hoje aqui estou eu para contar a minha história. 

Ser voluntária na Associação Careca Power é... 

É fazer a diferença na vida de outros doentes oncológicos, porque juntos somos imensamente mais fortes. É enriquecedor poder contribuir para esta nobre causa sem esperar nada em troca. É ajudar, apoiar e dar algum conforto e alento na vida dum doente oncológico, para que nenhum doente se sinta sozinho. 

O lema da minha Vida 

É viver intensamente cada minuto, cada segundo. Aproveitar a vida ao máximo, fazer aquilo que mais gostamos, estar com as pessoas de quem gostamos e que nos fazem bem e apreciam a nossa companhia. “Viver o hoje porque o amanhã pode não chegar.” E ser feliz, simplesmente ser feliz.